Por: Cleiton Gomes
Iniciaremos este estudo fazendo uma pergunta: o que é o pecado?
A resposta para essa pergunta está evidente em 1 João 3:4, onde afirma que o pecado é a desobediência aos mandamentos da Torá. Logo, somente está em pecado, digno de punição e maldição, quem está violando a Torá. Para não haver punição severa, existe a Teshuvá. É um processo de retorno ao ETERNO e envolve reconhecer o seu pecado, confessar verbalmente com sinceridade a sua transgressão e tomar medidas práticas para corrigir o erro e evitar cometê-lo novamente no futuro (cf.Atos 2:38; 3:19).
Agora, vamos definir o pecado imperdoável na perspectiva de Yeshua. Ele, sendo o mestre celestial da Torá e o único mediador capaz de acessar todos os mundos, até mesmo o mundo de Atzilut, afirmou que o pecado imperdoável é blasfemar contra o Espírito do ETERNO.
Apesar de a idolatria, a blasfêmia contra o nome do ETERNO e outros pecados serem considerados gravíssimos, o ETERNO sempre esteve de braços abertos para perdoar. O livro de Deuteronômio, por exemplo, encoraja os filhos de Israel a voltarem-se para o ETERNO de todo o coração e alma, enfatizando a capacidade de se arrepender e retornar ao caminho da justiça. No entanto, Ele não pode perdoar aqueles que se recusam a se arrepender, e aqui está a chave para entender o pecado imperdoável. Este pecado envolve um coração tão endurecido e obstinado que impede a pessoa de se arrepender sinceramente e voltar ao ETERNO. Apesar de o ETERNO oferecer oportunidades de arrependimento, todas são rejeitadas, é como um ditado: “você pode levar um cavalo até a água, mas não pode obrigá-lo a beber.”
É crucial destacar que apenas aqueles que possuem profundo entendimento das verdades da Escritura podem cometer o pecado imperdoável (veja, por exemplo, Hebreus 10:26-27). Ao mesmo tempo, é importante lembrar que aqueles que pecam inconscientemente, por ignorância, ainda podem obter perdão absoluto caso se arrependam, pois o ETERNO não considera os tempos da ignorância (cf. Atos 17:30). No entanto, a Escritura enfatiza que aqueles que têm um conhecimento profundo das coisas divinas e, com o passar do tempo, o rejeitam com desculpas vazias, preferindo seguir suas próprias convicções e assim negando o caminho do ETERNO, estão de fato desprezando a Sua Palavra (veja, por exemplo, Números 15:28-30).
Na perspectiva de Yeshua, o pecado imperdoável não se limita apenas a uma transgressão específica em termos de ação ou palavra, mas é essencialmente uma condição do coração que se recusa a reconhecer e aceitar a obra do Espírito do ETERNO, que traz convicção e regeneração à alma. Ele destacou esse conceito ao confrontar alguns dos fariseus, entre os quais havia hipócritas, que não apenas rejeitavam sua mensagem, mas também atribuíam os milagres que realizava ao poder maligno, recusando-se a admitir que tais sinais só poderiam ocorrer pela vontade divina (cf. Mateus 12:22-32). Eles estavam se recusando a aceitar que o ETERNO trazia redenção e cura ao mundo através de Yeshua.
Nesse contexto, o pecado imperdoável revela-se como uma obstinação persistente contra a verdade revelada pelo ETERNO, uma apostasia que endurece o coração e fecha os ouvidos à voz do Espírito Divino. É uma recusa deliberada à misericórdia e ao chamado ao arrependimento, marcada pela rejeição irreconciliável do perdão divino.
Em suma, este pecado implica na perda da comunhão íntima com o Criador, na ausência da paz espiritual e na privação da orientação divina. É uma condição na qual a alma se distancia totalmente da misericórdia e da redenção oferecidas pelo ETERNO, implicando consequências eternas para aquele que persiste na recusa do Seu perdão e amor restaurador.
Seja iluminado!
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