Por: Cleiton Gomes
Psicologicamente, o arrependimento pode ser visto como um processo de avaliação emocional e cognitiva, onde se reconhece uma discrepância entre o que foi feito e o que se desejava ter feito. Isso frequentemente desencadeia emoções negativas como tristeza, vergonha ou culpa. Essas emoções servem como um sinal de que valores ou normas pessoais foram violados, incentivando uma revisão do comportamento passado.
O arrependimento também desempenha um papel crucial no desenvolvimento moral e ético das pessoas. Ele não se limita apenas a lamentações superficiais, mas pode ser um catalisador para mudanças positivas de comportamento e crescimento pessoal. Ao confrontar e processar arrependimentos, indivíduos têm a oportunidade de aprender com seus erros, reparar danos quando possível e fortalecer seu senso de responsabilidade para com os outros.
ARREPENDIMENTO GENUÍNO VS REMORSO
Arrependimento genuíno geralmente implica uma reflexão profunda sobre as próprias ações, reconhecendo não apenas o erro cometido, mas também o impacto que teve sobre si mesmo e sobre outras pessoas. Envolve um desejo sincero de mudança e de fazer as coisas de forma diferente no futuro. Esse tipo de arrependimento muitas vezes leva a ações concretas para corrigir o erro, reparar danos e buscar reconciliação, se possível. É um processo mais introspectivo e transformador, que pode levar a um crescimento pessoal significativo.
Por outro lado, o remorso tende a ser mais superficial e centrado nas consequências imediatas do erro. Pode ser uma reação emocional imediata à descoberta do impacto negativo de uma ação, sem necessariamente levar a uma mudança de comportamento ou a um verdadeiro entendimento das causas subjacentes ao erro. O remorso pode ser menos duradouro e menos propenso a motivar mudanças profundas no indivíduo.
Portanto, enquanto o arrependimento genuíno implica uma transformação interna e um compromisso com a melhoria pessoal e interpessoal, o remorso tende a ser mais superficial e menos motivador de mudanças significativas de comportamento e pensamento.
O ARREPENDIMENTO PARA A VIDA ETERNA
O arrependimento para a vida eterna é mais do que simplesmente sentir remorso pelos pecados cometidos. Ele envolve um processo interior e espiritual de reconhecimento sincero dos erros, acompanhado de um desejo genuíno de mudança de comportamento e de reconciliação com o ETERNO. Essa é a definição do que significa “Teshuvá” (Arrependimento + Mudança de Comportamento). Sobre isso afirmou Pedro:
"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do SENHOR” (Atos 3:19, , veja também: 2 Crônicas 7:14-16).
O pecado é a desobediência aos mandamentos da Torá (cf. 1 João 3:4). Todos que estão em pecado contínuo estão distantes da presença do ETERNO e não podem ser considerados filhos d’Ele e muito menos amigos de Yeshua (cf. 1 João 3:4-10), já que o pecado cria um muro de separação entre o Santo e o Profano (cf. Isaías 59:1-4).
Enquanto estiverem em desobediência contínua, este muro de separação está levantado e a pessoa não pode desfrutar em seu coração da presença do Espírito do ETERNO que é lindamente Santo, mas quando a pessoa se arrepende genuinamente e muda as suas ações para trilhar no bom caminho, este muro (ou véu) é removido e a pessoa pode desfrutar da presença do Espírito Divino, leia: "Mas, quando se converterem ao SENHOR, então o véu se tirará. Ora, o SENHOR é o Espírito; e onde está o Espírito do SENHOR, aí há liberdade.” (2 Coríntios 3:16-17).
Talvez alguém questione dizendo o seguinte: “O texto supracitado fala que quem obedece a Torá está distante do ETERNO já que ela é uma abominação, um véu de separação”. Tal interpretação é bastante grosseira, pois o que é a conversão (Teshuvá | Metanoia) senão o abandono do pecado? E o que é o pecado senão a desobediência aos mandamentos da Torá?
Portanto, quando passamos a obedecer aos mandamentos da Torá, estaremos praticando a santidade, abandonando o pecado, convertendo-nos ao bom caminho, recebendo a presença do Espírito em nossas vidas e tornando-nos filhos do ETERNO! A liberdade se encontra na pessoa que possui o Espírito do ETERNO ministrando a Torá dentro do seu coração (cf. Ezequiel 36:26-27; Salmos 119:44-45).
Em suma, o verdadeiro arrependimento implica um profundo pesar pelos pecados cometidos, não apenas pelo sofrimento que causaram, mas também pelo afastamento do ETERNO que provocaram. Esse remorso não é apenas emocional, mas também um reconhecimento intelectual da ofensa cometida contra a santidade do ETERNO.
Seja iluminado!!!
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