Por: Cleiton Gomes
Para compreender o conceito bíblico do Mediador, é essencial retornar ao livro de Gênesis e explorar a estrutura cosmológica criada pelo ETERNO. Evitando debates entre Trindade Cristã, Unitarismo e Sabelianismo, vamos examinar como tudo começou.
A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA
Gênesis relata a criação dos céus e da terra (cf. Gênesis 1:1). Nesse relato, aprendemos que antes de toda a criação não havia seres espirituais além do ETERNO, nem seres físicos. Podemos concluir que os céus nunca foram o lugar de habitação eterna do Altíssimo. Afinal, o ser de máxima grandeza, infinito, ilimitado, eterno, não caberia em um lugar pequeno, finito e criado. Na verdade, por Ele ser um grande Ser de luz (Or Ein Sof), os céus e até os céus dos céus não poderiam contê-lo e nenhum ser humano poderia contemplar o brilho de sua luz (cf. 1 Reis 8:27; 1 Timóteo 6:16).
Aqui lembramos do que Ele próprio disse a Moisés, que a carne humana seria aniquilada com a sua luz caso a visse em toda sua integralidade (cf. Êxodo 33:20). Sim, Ele é um Ser de Luz, incorpóreo, e também é infinito. Em outras palavras, não tem tamanho, não há medidas para descrever sua infinita luz. Podemos, então, afirmar que o ETERNO, em toda sua essência, jamais pôde ou poderá adentrar nos mundos que Ele criou devido ao máximo brilho de sua luz. Ela não simplesmente brilha, mas destrói tudo que não consegue suportá-la.
A EMANAÇÃO DA LUZ PRIMORDIAL E A CRIAÇÃO DOS MUNDOS
O relato continua descrevendo um abismo de trevas (cf. Gênesis 1:2), uma escuridão primordial. Não existia nada dentro dessa escuridão, tudo era sem forma. Foi então que o ETERNO penetrou essa escuridão emanando/expandido a sua luz contraída. Sim, um brilho de luz menor ao que é o Todo do ETERNO, já que aquele abismo de escuridão seria como uma micro-bactéria se comparado ao "tamanho" do ETERNO. Essa luz penetrou de cima para baixo, chocando-se com a escuridão, de forma linear, e o brilho dessa luz se espalhou por todas as direções. À medida que essa luz fazia o seu percurso, as coisas e criaturas eram formadas, assim formando os quatro mundos: Atzilut (Mundo da Emanação), Beriah (Mundo da Criação), Yetzirah (Mundo da Formação), Assiah (Mundo da Ação).
OS QUATRO MUNDOS DA CRIAÇÃO E ADAM KADMON
Atzilut (Mundo da Emanação): É o mundo mais próximo da Luz Infinita do ETERNO, onde a luz da emanação é mais intensa. É um mundo de pura divindade e emanação direta do ETERNO. Neste mundo, a separação entre o Criador e a criação é quase inexistente.
Beriah (Mundo da Criação): Neste mundo, vivem os arcanjos e os seres mais elevados. Aqui é onde as ideias divinas começam a tomar forma mais concreta. É o mundo das almas e dos tronos celestiais.
Yetzirah (Mundo da Formação): É o mundo dos anjos e dos seres espirituais que formam a estrutura intermediária entre o divino e o material.
Assiah (Mundo da Ação): Este é o mundo físico e material onde vivemos. É o nível mais baixo da criação.
Assim, se essa luz criou todas as coisas, somos levados à declaração de que foi a Palavra do ETERNO quem criou todas as coisas (cf. Salmos 33:6,9; João 1:1-3; Hebreus 11:3), de modo a ter a certeza de que aquela luz era, na verdade, letras de luz. Não simplesmente palavras, mas como um ser inteligente. Por isso, no restante da declaração de Gênesis, as coisas foram criadas conforme o agir da palavra (cf. Gênesis 1:3-26).
Foi dito que quando a luz do ETERNO estava descendo até o mundo que existe e que vivemos hoje, o brilho dessa luz se direcionou para todas as direções. Comentam os especialistas dessa visão mística judaica, que ao total ela brilhou em 10 direções, formando as 10 sefirot, que significam literalmente ‘luzes’. Quando essas luzes se espalharam, formaram o corpo místico de Adam Kadmon, conhecido como “Homem Primordial” ou “Ser Primordial”. Assim seria formado este corpo místico:
1 - Atzilut - Localização em Adam Kadmon: Representa a cabeça ou a mente de Adam Kadmon (Keter).
2 - Beriah - Localização em Adam Kadmon: Corresponde ao coração ou aos órgãos internos superiores de Adam Kadmon.
3 - Yetzirah - Localização em Adam Kadmon: Corresponde ao tronco e aos membros de Adam Kadmon. Neste mundo, as criações divinas começam a ser moldadas e estruturadas.
4 - Assiah (Mundo da Ação): Localização em Adam Kadmon: Corresponde aos pés de Adam Kadmon. É o mundo físico onde a ação e a matéria prevalecem. Neste nível, a luz divina é mais obscurecida, mas ainda presente em toda a criação material.
À luz disso, compreendemos o dizer da Escritura, que afirmou que o ETERNO está em todos os lugares da criação (cf. Salmos 139:7-10), bem como o dizer de que os céus são Seu trono e a terra é o escabelo de seus Pés (cf. Isaías 66:1).
A ÁRVORE DA VIDA E OS TRÊS PILARES
O conceito das dez sefirot é representado em um diagrama, onde elas são organizadas em três pilares – O Pilar da direita, o Pilar da esquerda e o Pilar do meio. Nesse diagrama, as sefirot da direita são masculinas; as da esquerda, femininas, e a conexão entre as duas forma o pilar do meio, o filho. Este último se refere àquelas que combinam características tanto masculinas quanto femininas, servindo como mediadoras e equilibradoras entre os dois aspectos opostos.
Pilar da Direita (Masculino)
O Pilar da Direita é tradicionalmente associado a qualidades masculinas, que são expansivas, ativas e doadoras. As sefirot neste pilar são:
Chochmah (Sabedoria): Representa o princípio da sabedoria divina e é associado ao ato criativo inicial, que é ativo e expansivo.
Chesed (Bondade/Misericórdia): Simboliza a bondade, generosidade e a expansão da energia divina.
Netzach (Eternidade/Vitória): Representa a persistência e a energia proativa que perpetua a criação.
Pilar da Esquerda (Feminino)
O Pilar da Esquerda é associado a qualidades femininas, que são receptivas, restritivas e julgadoras. As sefirot neste pilar são:
Binah (Entendimento): Simboliza o princípio da compreensão e processamento da sabedoria, que é receptivo e estruturante.
Gevurah (Julgamento/Força): Representa a disciplina, julgamento e a restrição necessária para equilibrar a bondade.
Hod (Esplendor): Reflete a capacidade de ressonância e eco, permitindo a introspecção e a receptividade.
Pilar do Meio (Equilíbrio)
O Pilar do Meio representa o equilíbrio entre as qualidades masculinas e femininas. As sefirot neste pilar são:
Keter (Coroa): A sefirá mais elevada, simbolizando a vontade divina e a fonte de todas as emanações.
Da'at (Conhecimento): Não é uma sefirá independente, mas um estado de consciência que une Chochmah e Binah.
Tiferet (Beleza): Harmoniza Chesed e Gevurah, representando a compaixão e a beleza do equilíbrio.
Yesod (Fundação): Conecta todas as sefirot acima de si e canaliza a energia divina para Malchut.
Malchut (Reino): A sefirá mais baixa, receptora de todas as influências e a manifestação do divino no mundo físico.
Assim, na visão mística judaica, temos aqui o conceito de Pai, Mãe e Filho. Isso mesmo, as luzes do pilar do meio são conhecidas como “Filho de Yah”, ou, em português direto: Filho de Deus.
Sendo ainda mais direto: Esse é o conceito mais direto para falar sobre os títulos bíblicos: “Pai, Filho e Espírito”. Muitos podem não saber, mas o Espírito é muitas vezes associado a uma figura feminina, inclusive, passagens bíblicas lidas diretamente do hebraico e aramaico, vemos que são empregadas conotações femininas para descrever a Ruach Hakodesh. Isso não é de estranhar, já que a escritura possui uma mentalidade judaica oriental e não ocidental. A bem da verdade é que o ETERNO não possui nenhum sexo, não é macho, nem fêmea e muito menos pode ter filhos literais como se houvesse uma linhagem de deuses. Todos esses títulos foram usados para descrever características de um Ser inteligente, mostrando que ele é um Ser Pessoal capaz de interagir com outros seres e que não é uma mera ideia da mente humana.
Conseguiu compreender que as emanações Pai, Mãe e Filho são, na verdade, emanações presentes apenas dentro do arquétipo de Adam Kadmon? São como organismos do mesmo corpo, razão pela qual não possuem mentes, vontades ou personalidades diferentes. Podem ter funções diferentes, apenas.
Retornando um pouco ao assunto. Foi dito que quando a luz veio e se espalhou por outras direções, mundos foram formados e criaturas tiveram a sua existência, bem como o corpo místico de Adam Kadmon (Homem Primordial) foi formado. Esse corpo místico é entendido como a primeira manifestação do ETERNO em semelhança humana. Toda essa estrutura formada pelas luzes também forma o que se chama “Árvore da Vida”, porque foi por meio dessa luz que veio à existência todas as coisas. A Árvore da Vida não apenas organiza as sefirot em uma estrutura transcendental, mas também descreve a maneira pela qual o ETERNO se manifesta e influencia o universo.
Talvez você esteja pensando realmente que era uma luz impessoal e nada mais, mas essa luz era o próprio ETERNO adentrando e criando os mundos. Afinal, ele criou tudo sozinho sem a ajuda de ninguém (cf. Isaías 44:24; 45:12). Só que, como explicamos no início, essa luz era um esplendor menor e à medida que descia na escuridão, a luz ficava menos intensa. Por isso, aqui no mundo que habitamos, a presença do ETERNO é bem menor se comparado ao mundo superior (Atzilut). Imagine um funil aqui e agora: do lado de cima é maior e na parte inferior é menor, e ainda assim continua sendo o mesmo funil.
De modo similar, ainda que a luz do ETERNO seja maior no mundo superior e menor no mundo inferior, ele ainda continua sendo o mesmo ETERNO. Não perde seu poder ou autoridade estando lá ou aqui. Assim, fica claro que não há multiplicidade de divindades, mas sim uma unidade absoluta que transcende qualquer concepção humana de dualidade ou pluralidade. De fato, o próprio ETERNO ensinou que como Ele não existe outro igual ou semelhante (cf. Isaías 44:8; Jeremias 10: 6-7). As sefirot são entendidas como manifestações e atributos de uma única Divindade, sem divisão ou separação na essência divina, e somente através delas é que o ETERNO pode ser acessado.
AS DUAS FACES DO ETERNO E A DIVINDADE DO MASHIACH
O Zohar, um texto central da teologia judaica antiga, utiliza uma linguagem simbólica para descrever a natureza do ETERNO, revelando duas faces sobrenaturais: uma inacessível às criaturas, chamada de "face grande", e outra acessível, chamada de "face pequena" (ou "degrau de baixo"). O Zohar afirma que ambas as faces pertencem ao mesmo Ser (Bibliografia: O Zohar: o Livro do Esplendor, Polar, 2010, pp. 89-91). Além disso, menciona que "ninguém pode suportar seu brilho. Só os raios que emanam dele podem ser contemplados" (O Zohar: o Livro do Esplendor, Polar, 2010, p. 85).
Paulo, em suas epístolas, alude a essa dualidade de faces quando diz: “Ele [o Messias] é a imagem visível do Elohim invisível” (Colossenses 1:15). “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa…” (Hebreus 1:3).
Essas passagens indicam que o Messias é uma emanação do ETERNO, o Mediador, a Face Pequena. Ele é a origem de todas as coisas visíveis e invisíveis (cf. Colossenses 1:15-17) e a encarnação de Adam Kadmon (o homem primordial), o qual sustenta todos os mundos da criação.
O MASHIACH COMO MEDIADOR
A existência de um caminho de luz entre o mundo inferior e o superior sugere a necessidade de um mediador para conectar as criaturas com o seu Criador. O Mashiach, sendo uma emanação da luz do ETERNO, pode acessar os mais elevados mundos da criação, um feito que nem mesmo os arcanjos podem realizar. O Mashiach é a coroa da criação (Keter).
Ele é chamado de unigênito (cf. João 1:18), primogênito (cf. Colossenses 1:15) e Princípio da Criação (cf. Apocalipse 3:14), indicando sua preexistência e eternidade. Enquanto a carne humana de Yeshua teve uma existência temporal, seu Espírito é eterno, pois é a emanação de luz presente tanto no mundo inferior (Assiah) quanto no superior (Atzilut). Foi por isso que foi escrito: “...porque já existia antes de mim” (João 1:30). “...cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Miquéias 5:2). “...antes que Abraão existisse, Eu sou” (João 8:58).
Como uma emanação do ETERNO, o Mashiach não teve começo e não foi criado. Ele é a causa de toda a existência e, portanto, é o princípio da criação, não como uma criatura, mas como o agente criador.
E sobre ser chamado de unigênito? O Aramaicista Andrew Gabriel Roth afirmou que no aramaico, “o Unigênito” (אָיָידִיח) é um termo poético que literalmente significa “o Único”, e serve para contrastar “o Elohim invisível do Elohim gerado” (Aramaic English New Testament, Andrew Gabriel Roth, Netzari Press, 4ª edição, página 232, nota de rodapé nº 232; e Lexicon to the Syriac New Testament, William Jennings, Oxford University Press, 1926, página 94).
Lembre-se de que a união simbólica das sefirot masculinas e femininas gera o filho de Yah. Essa união simbólica não indica uma relação sexual literal entre deuses, mas representa a integração e equilíbrio das forças divinas.
Sobre o Mashiach ser o primogênito, ele não é o primeiro de uma série de criaturas, pois ele não foi criado. Portanto, ele não é um arcanjo de alta patente, como alguns acreditam. Ele é o agente da criação, o criador de todas as coisas, razão pela qual não restam dúvidas de que ele é o próprio ETERNO e deve ser adorado (cf. Hebreus 1:5-6), não como carne e sangue, mas em espírito e em verdade.
O termo “primogênito” é entendido pela literatura judaica antiga da seguinte maneira. Vamos ler uma declaração judaica:
“Mais vale um vizinho que está perto do que um irmão longe. Este vizinho é o Pilar do Meio do ETERNO, que é o Filho de Yah.” (Zohar 2:115). “O Pilar do Meio é Metatron, Quem tem feito a paz acima, De acordo com o estado glorioso de lá.” (Zohar 3:227). “O Santo, Bendito seja, tem um Filho, cuja glória brilha de uma extremidade a outra do mundo.” (Zohar 2:105).
É crucial destacar que a própria declaração judaica atribui o título de primogênito de todas as coisas a Metatron (Zohar 1:129b). Além disso, afirma que Metatron e o ETERNO são o mesmo:
“Disto resulta que Deus revela a Si próprio na incriada e autoexistente Palavra, que também é chamada de Anjo da Aliança, que é Metatron, que é o Todo-Poderoso revelado em Si mesmo em Metatron, o Guarda de Yisra’el.” (bibliografia: apud The Great Mystery or How Can Three Be One?, Tzvi Nassi, página 68).
Assim, temos o seguinte resultado: Pilar do Meio = Palavra = Filho de Yah = Anjo da Aliança = Primogênito = Metatron = Todo-Poderoso.
Se você se perdeu no raciocínio e não sabe o que significa "Metatron", saiba que este é um título usado para descrever o ETERNO como “guarda de Israel” com base na declaração de Salmos 121:4-5. Esse título significa literalmente “guarda” ou “vigia”.
Em suma, dentro dos mundos existentes, o ETERNO se manifesta em esplendor menor, chamado de “face pequena”. Ele se revela em diferentes níveis da criação com esplendor compatível com a criatura existente ali. Por nosso mundo ser o menor na hierarquia (Assiah), o esplendor é considerado menor ainda. Para se relacionar pessoalmente com seres humanos, o ETERNO teve que se manifestar em forma humana, por essa razão está escrito que Yeshua é “a forma visível do Elohim invisível”. Seu Espírito se transformou em carne? De modo algum. Pelo contrário, foi gerado um corpo humano puro de deficiências hereditárias, o Santo, e assim o Espírito do ETERNO habitou neste tabernáculo de carne. Por isso, não devemos adorar a carne humana de Yeshua, mas adorar o Espírito dele que é o próprio ETERNO. Isso explica o porquê Yeshua, enquanto homem, disse que devemos adorar somente ao Espírito do ETERNO (cf. Mateus 4:10). A face pequena pode ser acessada pelas criaturas de todos os mundos existentes, mas a Face Grande, que é o ETERNO em todo seu esplendor infinito, sua essência absoluta, não pode ser acessada por nenhuma criatura física ou espiritual. Entendendo esse conceito, fica bastante simples compreender essa declaração: “Ninguém jamais viu a D’us; o filho unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (João 1:18). É nesse conceito que o Mashiach é mediador entre o mundo superior e inferior.
O SEIO DO PAI NA ÁRVORE DA VIDA
Como explicado anteriormente, existem três pilares no diagrama da Árvore da Vida. No centro desse diagrama, no pilar do meio, está a sefira Tiferet. Ela também pode ser conhecida como “Seio do Pai”, já que representa a perfeita harmonia e equilíbrio entre as emanações divinas, tornando-as acessíveis aos mundos da criação. Tiferet revela a luz divina ao mundo, permitindo que a divindade, que é essencialmente inacessível, seja conhecida e experimentada pela criação. No topo do diagrama está a sefira de Keter (coroa), a luz primordial, o topo da luz divina que separa o mundo da criação e a esfera transcendental que habita o ETERNO em toda sua essência. Esta sefira também pode ser conhecida como “Pai”, porque através da vontade criadora do ETERNO o mundo se tornou o que é. Como Tiferet está no centro do diagrama, é menor em hierarquia nas ordem das emanações.
Compreender o conceito das emanações divinas é fundamental para interpretar corretamente as afirmações de Yeshua, especialmente quando ele disse: "O Pai é maior do que eu" (João 14:28). Esta declaração não diminui sua divindade; ao contrário, insere-se dentro da hierarquia das emanações, onde todas juntas formam o corpo místico de Adam Kadmon. Yeshua, como Tiferet, é uma extensão direta da luz e essência divina, parte integrante da estrutura do ETERNO, e não um ser subalterno.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, exploramos a complexa cosmologia bíblico-judaica e a função do Mashiach como mediador entre os mundos da criação. A partir do relato da criação em Gênesis, entendemos que antes de toda a criação, o ETERNO era a única existência, infinita e incompreensível. A luz do ETERNO, chamada Or Ein Sof, não poderia ser contida por nenhum dos mundos criados, o que levou à necessidade de emanações menores de sua luz para que a criação pudesse existir sem ser destruída por seu brilho infinito. Essas emanações constituem o corpo místico de Adam Kadmon, ou Árvore da Vida. O Espírito do Mashiach, conectado a todas essas emanações, formam a ponte entre o mundo superior e o inferior, fazendo de Yeshua o único mediador entre os mundos superior e inferior.
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