Asherah: A Rainha do Céu

Por: Cleiton Gomes


A sagrada escritura informa existir alguém chamado "Rainha do Céu", quem será este personagem? Vamos fazer a leitura do texto do profeta Jeremias, confira:


"Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha para fazerem bolos à rainha do céu…" (Jeremias 7:18). 


"Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, de queimarmos incenso à rainha do céu, e de lhe oferecermos libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; então tínhamos fartura de pão, e prosperávamos, e não vimos mal algum. Mas desde que cessamos de queimar incenso à rainha do céu, e de lhe oferecer libações, temos tido falta de tudo, e temos sido consumidos pela espada e pela fome. E nós, as mulheres, quando queimávamos incenso à rainha do céu, e lhe oferecíamos libações, acaso lhe fizemos bolos para a adorar e lhe oferecemos libações sem nossos maridos?" (Jeremias 44:17-19). 


O personagem citado pelo profeta não é literalmente uma mulher divina sentada nos céus administrando o governo do mundo, antes trata-se de uma figura adorada pelos povos pagãos, que infelizmente contaminou o povo eleito (Israel). Seu nome é Asherah ("Estrela", Astarote), uma entidade pagã, que fornecia produtividade, amor e fertilidade. Também era chamada Astarte pelos Fenícios, Astarete pelos Sidônios (1 Reis 11:5,33), Ishtar pelos babilônios, Afrodite pelos gregos, Diana/Cibele pelos romanos, Ísis pelos egípcios.  Por ser uma entidade ligada à fertilidade e a produtividade, os cultos a esta deusa eram erotizados. Os rituais sexuais a essa entidade eram praticados nos bosques por homens e mulheres, e as representações desse ídolo sempre aparecem desnudas nos achados arqueológicos. Veja mais detalhes sobre este personagem na Jewish Encyclopedia.


O culto a essa entidade pagã foi proibido pelo ETERNO antes mesmo de os israelitas entrarem na terra de Canaã (Êxodo 34:12-13; Deut. 16:21, veja estes textos em hebraico), contudo, muitos não deram ouvidos. Por isso, em quase todas as épocas, relatos de adoração a este ídolo são encontrados, por exemplo, ocorreu no tempo dos juízes (Juízes 3:7), no período de Jeroboão I (1 Reis 14:15), com Roboão (1 Reis 14: 23), com Acabe (1 Reis 18:19), etc. 


Provavelmente, até chegaram ao ponto de acreditarem que esta entidade realmente era a "esposa" do ETERNO, passando a cultuá-la como divindade suprema. Por conta da perversão da mente ser imensa, D'us proibiu que Jeremias nem sequer orasse em intercessão por aquelas pessoas (Jeremias 7:15-16). Tal proibição foi lançada antes do cativeiro babilônico, sendo a adoração a este ídolo uma das razões pelas quais foram levados em cativeiro. Mesmo após o cativeiro, muitos ainda não deram ouvidos às advertências, preferindo continuar cultuando a rainha do céu (Jeremias, cap. 44). 


Vede então que o culto a essa entidade era absolutamente abominável perante o ETERNO, até porque consideravam Asherah como sendo a mãe de todos os outros ídolos, de todas as abominações. Isso cai como uma luva na descrição da mulher assentada na besta, sobre as muitas águas, em Apocalipse 17. 


MARIA, A RAINHA DOS CÉUS? 


Aproveitamos a oportunidade para falar um assunto polêmico, sobre a mãe do Messias ser "a rainha dos céus". Sim, foi isso mesmo que você acabou de ler. Os católicos romanos acreditam que Maria é rainha do céu pelo simples fato de ser a mãe do rei Messias, afinal, Yeshua é Rei. De fato, nossas mães são heroínas e merecem ser chamadas "rainha", disso não temos dúvidas. Contudo, está errado o pensamento de alguns, no sentido de que Maria está nos céus administrando os governos do mundo como se tivesse total autoridade nos céus, como se fosse "a rainha do céu". Podemos sim, considerá-la como rainha, mas não de forma legal (com os termos da lei), porquanto ela nunca recebeu o selo de monarquia, nunca foi coroada ou promovida a esta função. 


O Salmo 45 é a fonte primária para se afirmar que Maria está nos céus como Rainha, e que devemos interceder para ela, para que ela converse com Yeshua e algo seja realizado em nosso favor. Depois é citado Lucas 1:48 com Apocalipse 12: 1-2 para se falar que esta mulher recebeu muitas honrarias. Mas, a verdade é que toda autoridade pertence ao Messias (Mateus 28:18) e não a Maria. Todas as pessoas do mundo hão de se prostrar ao nome do Messias, não ao de Maria (Filipenses 2:10). Toda a nossa intercessão deve ser realizada em nome de Yeshua, não em nome de Maria (João 14: 13-14). Yeshua é o caminho (João 14:6), mas em nenhum lugar da sagrada escritura é dito que Maria é o atalho. Por fim, cumpre registrar que não existe nenhum texto bíblico afirmando que Maria está nos céus dando ordens para Yeshua. Ah! Por favor, parem de divinizar esta mulher, ela teve sim um papel fundamental sendo a genitora de Yeshua, a mais bendita entre as mulheres. Contudo, ela tinha defeitos e imperfeições como todo mundo. O próprio Messias não a divinizou, antes exaltou somente o fato de ela ter sido uma pessoa submissa, obediente aos mandamentos do ETERNO (Lucas 11: 27-28).


Além disso, o Salmo 45 fala de um laço matrimonial entre um rei e uma rainha. O marido leva sua esposa para fora do paganismo e ela se submete inteiramente a ele, oferecendo adeus ao apego às coisas erradas aprendidas anteriormente em sua nação. O Salmo em questão é uma canção de amor, de uma esposa apaixonada por seu marido. Faz sentido associar aquele texto ao Messias, mas Maria não seria a rainha, caso contrário ela seria a esposa do Messias. Não faz sentido afirmar que o filho é casado com a sua própria mãe. Por outro lado, faz sentido dizer que o Messias vai se casar com uma noiva e vai adornar ela com pedras preciosas, e ela lhe agradece por ter-lhe mostrado o caminho correto. 


Quem na sagrada escritura recebe o título mais elevado de noiva? Israel! (Isaías 54:5). Afinal, a nova aliança tem prioridade sobre as doze tribos de Israel (Jeremias 31:31-33; Ezequiel 36:26-27; 37: 1-25), sendo esta a razão de ter sido escrito o nome das tribos de Israel na nova Jerusalém, a cidade celestial (Apocalipse 21: 12,14).


E mais: o texto de Apocalipse 12, falando da mulher vestida de sol com uma coroa de doze estrelas na cabeça, nos remete para a visão que José teve antes de ser vendido por seus irmãos (Gênesis 37:5-11). No sonho de José, seu Pai era o Sol,  sua Mãe a lua, e seus irmãos eram as estrelas. E sobre a visão de João,  as Doze Estrelas representam as Doze Tribos de Israel. De modo específico, se refere aos remanescentes de cada uma das tribos, que sofrem perseguições do inimigo (o dragão) por conta da obediência aos mandamentos e pelo amor que depositam em Yeshua, o professor da Torá (Apoc. 12:17; Ez. 37:24). 


Qualquer tentativa de anexar Maria nesse contexto configura eisegese (adicionar no texto aquilo que não faz parte do seu conteúdo). Pois, Maria nunca é descrita na Escritura como sendo vestida de sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, ou tendo doze estrelas na cabeça. Sem falar que os mil duzentos e sessenta dias é o equivalente a três anos e meio (Apoc. 12:6), que corresponde a primeira metade da grande tribulação. 


Não faz nenhum sentido Maria estar grávida durante a primeira metade da grande tribulação; Mas, entendendo que o texto fala sobre Israel, fica simples compreender a fala de Isaías: "Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto, e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós [Israel] diante de ti, ó SENHOR!" (Isaías 26:17, compare com Apocalipse 12: 7). 


O deserto também está diretamente relacionado a Israel ao longo de toda a sua trajetória. Foi no deserto que Israel peregrinou por quarenta anos em busca da terra prometida. Mesmo após alcançar a terra de Canaã, os profetas continuaram associando Israel à figura do deserto, seja como lembrança ou como advertência (Jeremias 2:6; 31:2; Ezequiel 20:10; Amós 2:10; Salmos 136:16; 2 Crônicas 24:9). 


Em suma, a perseguição do dragão contra a mulher se manifesta até hoje, basta ver a quantidade de antissemitas hostis que existem no mundo, também mascarados sob a forma de antissionistas. Ninguém foi tão perseguido na história quanto o povo de Israel. Eles foram escravos no Egito, prisioneiros na Babilônia, dominados pelo império Assírio e Romano; suas terras foram tomadas por várias vezes, foram perseguidos e massacrados por Hitler. O dragão nunca deixou de perseguir esta mulher! Porém, o relato bíblico afirma que o ETERNO continua ajudando seu povo (Apoc. 12:14-16), confirmando as palavras de Paulo, no sentido de que D'us não rejeitou o seu povo que dantes escolheu (Romanos 11:2). 



Seja iluminado!!! 







Gostou do post? Compartilhe com seus amigos:

Postar um comentário

0 Comentários