Por: Cleiton Gomes
No meio da cristandade existe o pensamento de que os judeus foram os culpados pela morte do Messias, pois todos rejeitaram a salvação trazida pelo Senhor; portanto, é um povo que merece ser desprezado. Não obstante, esse pensamento beira ao ridículo, já que em nenhum momento o Messias mandou desprezar o povo de Israel.
Além disso, a missão principal do Messias é restaurar as Duas Casas de Israel, ou seja, o total das 12 tribos (Ezequiel 37: 1-24). Pois, a nova aliança é feita justamente começando pelas Duas Casas (Jeremias 31: 31-33; ver também: Hebreus, cap. 8). Portanto, não faz o menor sentido afirmar que o povo de Israel merece ser desprezado; culpados pela morte do Messias.
Em verdade, o Messias nasceu com o propósito de morrer, para que assim pudesse ressuscitar e nascer como um novo homem e pudesse fazer uma nova aliança com a Casa de Israel, a qual havia recebido carta de divórcio no passado, mas que foi chamada ao arrependimento (ver Jeremias, cap. 3); no entanto, alguns processos da lei deveriam ser obedecidos, e isso explica a morte dele. Esta mesma mensagem do profeta Jeremias é anunciada pelo apóstolo Paulo (ver Romanos, cap.7), que anunciou que uma nova aliança com esta casa foi feita novamente. Por isso, mais à frente ele explica que o ETERNO não rejeitou o seu povo que dantes escolheu (Romanos 11: 1-3).
Uma nova aliança deveria ser feita, sendo selada pelo sangue do Messias, para que os pecados dos humanos pudessem ter direito de serem perdoados, e as pessoas pudessem ser libertadas do cativeiro espiritual. Isso mesmo, o Messias morreu para trazer expiação de pecados para seu povo e também para a humanidade em geral, isto é, os que quiserem se arrepender de seus pecados e abandoná-los para sempre, fazendo uma aliança com o Messias (Sugestão de leitura: Isaías, cap. 53).
Para derramar seu sangue ele deveria morrer, esta é a razão dele ter dito importar padecer nas mãos dos homens e morrer, mas que ao terceiro dia iria ressurgir dos mortos (Marcos 8:31). Quando ouviu isso da boca de seu Mestre, Pedro até tentou fazê-lo mudar de opinião, buscando impedir que ele morresse, contudo, foi repreendido por Yeshua (Mateus 16: 21-23). Além disso, no episódio que Yeshua estava orando pela madrugada com seus discípulos e os soldados chegam para prendê-lo, ocasião em que Pedro decepa a orelha de Malco buscando impedir a prisão de seu Mestre, novamente ele é repreendido por Yeshua, o qual afirmou que se ele quisesse impedir a sua morte, poderia facilmente solicitar a presença de mais de doze legiões de Malachim (Anjos – João 18: 10-11; Mateus 26: 51-53). Ora, se em uma única noite um único Malach (Anjo) conseguiu matar 185 mil assírios, exterminando 256 pessoas por minuto (2 Reis 19:35); quanto mais doze legiões, que seria o equivalente a 72 mil Malachim! Esse cálculo é baseado na ideia de que o valor mínimo de uma legião era equivalente a 6.000 pessoas. Daí: 6.000 x 12 = 72.000.
A verdade geral é que se Yeshua realmente quisesse impedir a sua morte, ele assim o teria feito a qualquer momento. E se ele quisesse, mais de 72 mil anjos conseguiram destruir a nação romana inteira! Como os Romanos seriam os culpados se foram os Judeus quem negaram Yeshua? Quem matou Yeshua foram literalmente os Romanos, sob a diretoria de Pôncio Pilatos (Lucas 24:7), pois, os judeus não utilizavam o método de crucificação para aplicar o mandamento da pena de morte previsto na Torá. As regras estabelecidas sob a pena de morte eram:
1) Apedrejamento (Números 15: 32-36);
2) Decapitação por fio de espada (Talmud.m. Sanhedrin 52b; vide também, Deut. 13:15);
3) Morte pela Forca (enforcamento/ estrangulamento – Talmud. m. Sanhedrin 84b; Deut. 21: 22-23);
Na verdade, tanto judeus (Lucas 9: 22) quanto gentios tiveram participação na crucificação do Senhor; mas, literalmente, quem espancou com chicotadas, humilhou em uma rua pública e deixou ele durante horas agonizando no madeiro foram os gentios e não os judeus. Assim, se fosse para culpar alguém a um nível grande de desprezo, a culpa maior recairia sobre os gentios! Mas, claro, não estamos incentivando isso, e nem estamos afirmando que o Messias mandou fazer isso, porque já sabemos que o Mestre doou a sua vida gratuitamente em favor de muitos, conforme lemos aqui:
"... dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la…” (João 10:17-18).
Absolutamente ninguém poderia matá-lo se ele não quisesse, e vemos que ele a deu gratuitamente. Isso exclui qualquer culpa para o grupo A e grupo B, portanto, parem com o antissemitismo! Usar o jargão de que os judeus são culpados pela morte do Messias é uma teoria que não recebe apoio da Escritura e nem de Yeshua! Parem de agir como crianças mimadas de ego inflado, aceitem a verdade escancarada na Escritura! O Messias morreu e ressuscitou, porque nem mesmo a morte foi capaz de detê-lo!
Seja iluminado!!!
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