Gálatas 5: 1-13 explicado

Por: Cleiton Gomes 


No quinto capítulo da carta aos gálatas, Paulo declara haverem pessoas impondo um jugo de escravidão para os crentes em Yeshua (Gálatas 5: 1-13). Daí, teólogos interpretaram que ninguém consegue praticar os mandamentos da Torá, afirmando que eles são pesados demais. Além disso, fazem a combinação deste dito de Paulo com o texto de Atos 15: 10-11, para mostrar que todos os apóstolos concordavam com este pensamento. 


Não obstante, este ensinamento dos teólogos está equivocado, pois, a sagrada escritura nos informa que a Torá é chamada "jugo" (Jeremias 2:20), e que praticá-la não é impossível (Deuteronômio 30: 11-14). Daí, a Torá é o jugo suave, que pode ser praticada por qualquer pessoa que tenha um verdadeiro compromisso com o ETERNO. O próprio apóstolo João atestou que os mandamentos não são pesados para ninguém (I João 5: 3). Além disso, quem pratica as regras divinas pode de andar em liberdade (Salmos  119: 43-45), é possível andar na luz (Salmos 119: 105) e também na verdade (Salmos 119: 142,151). 


É isso mesmo que você está pensando: o Messias citou este ensinamento ao declarar "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 8:32) e sabemos que cada mandamento da Torá é a verdade (Salmos 119: 142,151). Logo, quem pratica as regras divinas anda no caminho da verdade, aliás, você sabia que o ETERNO chama as suas instruções de "bom caminho"? (Jeremias 6: 16, 19).


Destacamos que a Torá não é o jugo de escravidão do qual os apóstolos falaram, então o que ele é realmente? O "jugo pesado" se refere a algumas das regras criadas por Essênios e/ou Fariseus, os quais criaram regras de como a Torá deveria ser obedecida no cotidiano. Por exemplo, o mandamento do ETERNO diz para não transportar cargas durante o sábado semanal (Jeremias 17:22-24). Os rabinos criaram a regra de que uma simples pena não deveria ser transportada durante esse dia (Mishnah, Shabat 1: 3). Essa regra rabínica é fruto da invenção humana, e não consta na Escritura, de modo que ela se torna "um peso" para aqueles que desejam obedecer aos mandamentos divinos com sinceridade no coração. 


Podemos ver o próprio Yeshua repreendendo os fariseus por criarem regras pesadas, difíceis de serem praticadas e nem eles queriam praticar:  "Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; mas eles mesmos nem com o dedo querem movê-los." (Mateus 23:4). 


Após compreender isso, fica simples de entender que os apóstolos não estavam combatendo os mandamentos da Torá, e sim mostrando equívocos na interpretação de alguns fariseus. Por exemplo, o debate em Atos 15 começa falando que alguns fariseus estavam impondo a circuncisão na carne como sendo requisito de salvação da alma, sendo que a salvação é um presente gratuito e não por méritos humanos. A mesma situação estava acontecendo com os crentes da Galácia, pois, pessoas estavam querendo impor a circuncisão obrigação para os crentes gentios como meio de salvação da alma, algo que foi combatido duramente por Paulo. 


Importa registrar que os apóstolos não estavam combatendo a ordem divina da circuncisão na carne, e sim os equívocos nas regras ("takkanot") que os rabinos criaram em torno do mandamento. O próprio Paulo foi acusado de pregar contra a circuncisão na carne, mas ele se defendeu dizendo ser mentira (Atos 21: 18-21; 24:13-14; 25:7-8). Aliás, ele mesmo atestou que ela é proveitosa em vários sentidos (Romanos 3:1-2).


Em suma, as regras rabínicas criadas como meio de aproximar o homem do ETERNO, acabaram se tornando um peso à medida que iam sendo desenvolvidas. Pois, com o passar dos anos, as pessoas passaram a praticar as regras da Torá sem uma verdadeira intenção do coração e sim apenas por mera obrigação. Aquilo que poderia ter sido benéfico acabou se tornando maléfico, prejudicial à saúde espiritual. 


Seja iluminado!!!





Gostou do post? Compartilhe com seus amigos:

Postar um comentário

0 Comentários