Por: Cleiton Gomes e Lucas Toledo
Recentemente encontramos 60 questionamentos que, supostamente, provam que o Novo Testamento está cheio de contradições. Quem escreveu os questionamentos estava quase determinado a eliminar a credibilidade do Novo Testamento. Mas, ao analisar os questionamentos, veremos que são todos falsos e pretensiosos. Pensando nisso, resolvemos pegar os questionamentos e colocar as respostas logo abaixo de cada um deles.
Iremos dividir esse conteúdo em duas partes, cada uma com 30 questões respondidas. Vamos lá:
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
1 - Em 2 Timóteo 3:16 está dito: “Toda Escritura é inspirada por Deus...” No entanto, o Apóstolo Paulo, que escreveu essas palavras, disse que também escreveu idéias pessoais, sem inspiração Divina – 1 Coríntios 7:6, 12, 25, 40; 2 Coríntios 11:17.
Resposta: A Escritura que Paulo estava dizendo que era divinamente inspirada era o Tanach, pois esse era o único documento sagrado que eles carregavam nas mãos naquela época. Essa era a Bíblia que os apóstolos estudavam, até porque naquela época "os escritos nazarenos" ainda não haviam sido totalmente escritos. Portanto, não existe contradição nas palavras de Paulo, o qual estava falando únicamente do Tanach. Assim sendo, não faz o menor sentido tentar colocar contradição nas palavras de Paulo nesse contexto aqui.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
2 - Deus não mente – Números 23:19. Mesmo concordando com isso (Tito 1:2), a Bíblia cristã (ou “Novo Testamento”) chega ao ponto de dizer que Deus pessoalmente faz alguém acreditar na mentira, para ser destruído – 2 Tessalonicenses 2:11, 12. Nós, judeus, no entanto, aprendemos que o Eterno não tem prazer sequer na morte do ímpio, não induz o pecador ao erro (Ezequiel 18:23);
Resposta: A assertiva do apóstolo Paulo está de acordo com o Tanach, pois ele está ensinando que determinada pessoa recebeu muitas oportunidades para se arrepender e mudar de vida, mas que em vez disso sempre fazia vista grossa e continuava no pecado. Daí, o ETERNO não manda mais pregadores para ensiná-lo, deixando que ele seja entregue totalmente a operação do erro. O Midrash, ao explicar aquele episódio que fala que o ETERNO endureceu o coração de Faraó, explica que o ETERNO ofereceu muitas oportunidades de arrependimento para ele, mas ele nunca passou a crer na verdade. E quando ele tentou se arrepender, se tratava de um arrependimento hipócrita e mentiroso, por isso o ETERNO endureceu o seu coração e o entregou totalmente a operação do erro. No final, sabemos que os egípcios foram destruídos no mar.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
3 - Segundo o Evangelho de Marcos, Jesus amaldiçoou a figueira ANTES de ter entrado no Templo – Marcos 11:14, 15, 20; discordando, Mateus diz que FOI DEPOIS de ter deixado o Templo– Mateus 21:17-19;
Resposta: Quem fizer uma leitura atenta do texto de Mateus, irá entender que o Messias saiu da cidade primeiramente e depois ele voltou. Assim que ele voltou é que ele amaldiçoou a figueira e não quando ele saiu. Portanto, até mesmo Mateus ensina que foi antes do Messias entrar no Templo que o mestre realizou aquele feito.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
4 - Jairo pede a Jesus ajuda à filha que estava morrendo – Lucas 8:41-42; contradizendo Lucas, Mateus diz que Jairo pediu ajuda quando a filha já estava morta – Mateus 9:18;5).
Resposta: Jairo saiu às pressas de sua casa quando percebeu que sua filha estava agonizando para morrer. No momento que ele saiu às pressas de sua casa, sua filha ainda não havia morrido totalmente, mas ao sair dali ele já tinha a total certeza de que ela estaria morta em alguns minutos depois, pois ele sabia o estado gravíssimo de saúde que sua filha se encontrava. Por isso, ao falar com Yeshua, afirmou que sua filha já estava morta.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
5 - Ao sair de Jericó, Jesus curou dois cegos – Mateus 20:29, 30; não foi bem assim, pois ele curou apenas um cego – Marcos 10:46, 47;6)
Resposta: Para essa pergunta temos duas soluções. Primeira, embora os evangelhos sejam sinópticos, não significa que todos os eventos ditos em um livro são exatamente o mesmo episódio dito no outro livro. Existem casos como este aqui no qual a história e os eventos parecem ser os mesmos, contudo, são curas realizadas em dois momentos diferentes naquele mesmo lugar. Segunda, dentro da crítica literária e outros fatores até mesmo dentro do judaísmo, um autor pode citar uma narrativa completa e outro apenas a parte que foi mais importante, isso nada mais é do que uma forma de escrita pessoal.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
6 - Zacarias, disse Jesus, equivocado, era filho de Baraquias – Mateus 23:35; mas não era nada disso, pois Zacarias era filho de Yeoadah – 2 Crônicas 24:20-22;7)
Resposta: O Baraquias apresentado neste texto aqui não se trata de um personagem que existiu na época de Moisés ou na época do profeta Ezequiel, etc, razão pela qual o nome dele não consta em nenhuma das genealogias do Tanach. Este personagem faz parte da história da época de Yeshua, alguém que viveu naquele mesmo século. Portanto, não faz o menor sentido utilizar uma genealogia do Tanach para tentar descredibilizar este episódio da Escritura, um episódio no qual o Messias estava falando sobre o atentado realizado pelos fariseus shamaítas contra a escola de Hilel, o que possui registro na enciclopédia judaica. Para saber mais, clique AQUI
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
7 - Dois discípulos buscaram uma jumenta e um jumentinho para Jesus – Mateus 21:2-7; mas Marcos escreveu diferente - era apenas um jumentinho, sem a mãe – Marcos 11:2-7.
Resposta: Os evangelhos sinópticos se completam aqui. Marcos fala que havia o jumentinho e Mateus diz que a mãe desse animal também estava junto. Contudo, Marcos só fala apenas do jumentinho porque o foco principal estava sobre ele, pois era nela que o Messias deveria montar. Ao falar somente dele, Marcos busca ser mais direto em sua mensagem, sem nenhum tipo de arrodeio. Ademais, ele estava escrevendo para romanos e para eles pouco importava todos os mínimos detalhes.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
8 - Quem fala pelo espírito santo não amaldiçoa a Jesus, escreveu Paulo – 1 Coríntios 12:3; mas o mesmo Paulo, dizendo que estava falando pelo espírito, diz que Jesus é maldito – Gálatas 2:16;
Resposta: Ao analisar o texto de Gálatas com cuidado, nada vemos no sentido de que Paulo chamou Yeshua de maldito, até porque as "obras da lei" não se referiam aos mandamentos da Torá, mas sim à regras rabínicas que eram criticadas por muitos outros estudiosos daquela época também. Assim sendo, Yeshua era obediente aos mandamentos da Torá, o que não fazia dele uma pessoa maldita. Para saber mais sobre o episódio de Gálatas 2, clique AQUI.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
9 - Ninguém é justificado pela Lei, afirma Paulo – Gálatas 2:16; mas, revendo seu ponto de vista, ele afirma, pelo contrário, que as pessoas são justificadas pela Lei – Romanos 2:13 (talvez após ler Devarim 6:25);
Resposta: Como já afirmado logo acima, "obras da lei" não era um termo usado para se falar da Torá, e sim que era uma forma de nomear as regras rabínicas. Quando Paulo fala da obediência aos mandamentos da Torá, diz que essa obediência nos conduz ao caminho de justificação (Romanos 2: 13), mas quando ele fala das regras rabínicas que eram contrárias às Escrituras, diz que elas não nos conduzem ao caminho de justificação pelo fato de serem antibíblicas (Gálatas 2: 16).
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
10 - Um “novo mandamento” foi dado por Jesus, escreveu João – João 13:34; foi um equívoco, pois não há “novo mandamento” algum, escreveu João depois – 1 João 2:7, 8; 2 João 5.
Resposta: Tanto no texto em hebraico quanto no próprio texto em grego, iremos encontrar a palavra que significa "restaurar" e "renovar" e não aquela que significa "dar início a algo que ainda não existia", até porque o mandamento do amor já existia a muito tempo antes daquele episódio em questão (vide, Levítico 19: 18, 33-34; Deut. 6:5). Assim sendo, Yeshua estava dizendo que estava restaurando a verdadeira forma de praticar o mandamento do amor e não dizendo que ele estava criando o mandamento naquele exato momento. Isso significa que não existe contradição entre as palavras de Yeshua e as do apóstolo João.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
11 - Paulo disse que “todas as coisas são puras para os puros” – Tito 1:15; mas Paulo esqueceu-se de dizer que há coisas impuras, que os puros não devem tocar, e corrigiu isso – 2 Coríntios 6:17;
Resposta: A expressão "todas as coisas" não engloba todo tipo de comida, mas somente as coisas puras. Por exemplo, existe um texto que diz que o Messias purificou "todos os alimentos", mas lendo o contexto veremos que os únicos alimentos que ele poderia purificar eram todos os pães que seus discípulos estavam comendo. Paulo, certa vez, chegou a dizer que "pode todas as coisas naquele que o fortalece", contudo, lendo o contexto veremos que a frase "todas as coisas" estão limitadas ao que ele falou dentro do próprio contexto.
Isso tudo indica que os puros devem comer somente as coisas puras, pois os puros só têm permissão para comer alimentos casher (puros/ adequados/ Levítico 11: 43-47). Assim sendo, não há contradição quando Paulo específica que os discípulos não podem comer exatamente todas as coisas, tendo em vista que existem coisas impuras.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
12 - Jesus afirma, em Lucas 16:16, que a Torah e os Profetas vigoraram apenas até João Batista. Mas, espere! Mesmo assim, Jesus afirma que não cairá um yud da Torah, e isso no verso seguinte! (Lucas 16:17); segundo ele, ademais, ela continua em vigor e não cairá nenhum dos menores mandamentos! (Mateus 5:17-19).
Resposta: Todos os estudantes de grego já descobriram que não existe a palavra que significa "vigorar" ou "durar" nesse texto, se tratando de um acréscimo feito por copistas muito posteriormente. O texto original possivelmente estava fragmentado, e então eles (os copistas) acrescentaram essa expressão para dar sentido ao texto. Foi por eles terem adicionado aquela palavra ali que surgiu essa "suposta contradição", sendo que a melhor expressão a ser usada nesse trecho deveria ter sido aquela que o Messias falou em Mateus 11: 13, dizendo "todos os profetas e a Torá profetizaram sobre os dias de João". O Messias estava apenas dizendo que na época de João (o imersor/ batista) estava se cumprindo diversas profecias messiânicas.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
13 - A ordem de batizar era “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28:19, 20); ordem que os discípulos não cumpriram ou não entenderam, pois batizavam apenas em nome de Jesus - Atos 2:38; 8:16; 10:48; 19:5;14).
Resposta: Yeshua não criou nenhuma fórmula batismal para ser repetida no ato de imersão. Ele não disse "repita essas palavras". A discussão existente nesse assunto só é criada na mente daqueles que não entendem que o Messias "não criou palavras padronizadas para serem repetidas" no ato de imersão. Quando isso for compreendido, todos passarão a entender que não existe contradição alguma entre o texto e outro.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
14 - Jesus disse que João Batista era o prometido Profeta Elias, que deveria vir antes do terrível Dia do Eterno – Mateus 11:12-14; 17:10-13; João Batista, porém, desmentindo a Jesus, disse: “Eu não sou Elias” – João 1:19-21;
Resposta: Yeshua estava certo em suas palavras, porém, as palavras de João (o imersor) é que são mal compreendidas pelos leitores. Quando os sacerdotes fizeram a pergunta para João, eles não disseram assim "você é aquele que vem para representar a missão de Elias?", em vez disso, as pessoas ali queriam saber se João era a mesma pessoa de Elias, como se por um momento eles estivessem acreditando em reencarnação. É por essa razão que o batista automaticamente respondeu que "ele não era Elias". Veja que os sacerdotes também perguntaram se João era a pessoa física do Messias, como se ele fosse o próprio Messias em carne e osso, e vemos que João também negou dizendo "eu não sou o Messias". Porém, ele arremata suas palavras dizendo que veio para representar e preparar o caminho do Messias, conforme a profecia de Isaías 40:3.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
15 - A Lei, ou seja, a Torah, era um jugo insuportável – Atos 15:5, 10; no entanto, há uma retificação – os Mandamentos de Deus não são pesados – 1 João 5:3 (ver Deuteronômio 30:11);
Resposta: O jugo difícil de suportar não eram os mandamentos da Torá em si, e sim eram a interpretação pesada e inflexível ensinada pelos fariseus da escola de Shamai (compare: Mateus 23: 4 com Atos 15: 1, 5).
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
16 - A Nova Aliança, prometida aos judeus – Casa de Israel e Casa de Judá (Jeremias 31:31) – não admite que alguém ensine a seus irmãos e companheiros (Jeremias 31:34); a nova Aliança dos cristãos, constante do “Novo Testamento”, manda: “Ide e ensinai...” (Mateus 28:20);
Resposta: Já que o propósito da Nova Aliança é colocar a Torá dentro do coração humano, então as pessoas devem ser ensinadas a respeito disso. Aqueles que já fazem parte desta aliança e já tem um verdadeiro relacionamento com o Messias, e que andam de forma irrepreensível no bom caminho, estes não precisam ser ensinados. Mas todos aqueles que desconhecem o bom caminho necessitam ser ensinados, para que possam se aproximar do Messias e tenham os mesmos méritos que ele teve se seguirem os exemplos deixados pelo Mestre.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
17 - Segundo Paulo, a circuncisão é proveitosa para todas as coisas (Romanos 3:1, 2) e a pregava (Gálatas 5:11); mas, segundo o mesmo Paulo, a circuncisão não serve para nada (1 Coríntios 7:19);
Resposta: Existem muitos textos onde Paulo trata a respeito da circuncisão na carne, e assim como ele diz que a circuncisão não é nada, também diz que a incircuncisão nada é. Então, nesse ponto de vista ele está falando para a pessoa ser "neutra". Mas, qual é o verdadeiro sentido de seu ensino? Ele dizia que muitos queriam impor a circuncisão para os gentios, mas que, porém, eles mesmos davam mal exemplo porque eram desobedientes em outros mandamentos. Daí, eles não tinham moral para repreender os gentios que eram incircuncisos. Da mesma maneira, os gentios não podiam repreender os judeus porque também ainda estavam dando mal exemplo e é por isso que Paulo costumava dizer que "a circuncisão só era proveitosa se a pessoa fosse obediente aos mandamentos de verdade, se a pessoa se tornasse irrepreensível". Para mais detalhes sobre os debates de Paulo a respeito da circuncisão, clique AQUI
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
18 - Jesus, antes e depois de sua ressurreição, sabia de todas coisas – João 16:30; 21:17; não, não é bem assim, pois ele não sabe de tudo não, nem antes e nem depois da ressurreição – Mateus 24:36; Atos 1:7;
Resposta: Não existe contradição nas falas de Yeshua, pois este recurso de linguagem era quase que comum nas Escrituras. Por exemplo, sabemos que o ETERNO é conhecedor de todas as coisas e ele sabe de tudo antes que as realmente aconteçam (Jeremias 23: 23-24; Romanos 4:17). E quando vamos ler os escritos em Gênesis, vemos o ETERNO perguntando "onde Adão estava", "quem mostrou que ele estava nu" e "se havia comido o fruto da árvore proibida" (Gênesis 3: 9-11). Naturalmente, sabemos que ele conhece absolutamente todas as coisas e já sabia de tudo aquilo. A questão é que quando a Escritura mostra o ETERNO se posicionando como tendo limitações humanas, é apenas para que a mente humana consiga entender a sua ação sobrenatural. Se esse tipo de linguagem infantil não fosse utilizada, nós jamais conseguiríamos entender literalmente todas as ações do Altíssimo.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
19 - Jesus disse que os judeus o conheciam e sabiam de onde ele era – João 7:28; mas, de repente, deu um branco em Jesus, e ele disse que os judeus não o conheciam e não sabiam de onde ele viera– João 8:14, 19;20).
Resposta: Não existe contradição nessas falas, pois os judeus sabiam de onde o Messias era de forma carnal, ou seja, sabiam que ele (Yeshua) era da família de José e Maria. Porém, não sabiam que ele era o homem celestial e que sua origem era celestial, conforme ensina o apóstolo Paulo (1ª Coríntios 15: 45-47).
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
20 - Paulo disse que Deus não rejeitou Seu Povo, os judeus – Romanos 11:1, 2; mas, aborrecido com os judeus, porque não aceitaram suas apostasias, para crerem em outro deus (Devarim 13:6-11), escreveu que sobre os judeus veio a ira definitivamente – 1 Tessalonicenses 2:16;
Resposta: Ao estudar sobre a história da crucificação de Yeshua, veremos que não foi toda a população que se pôs contra ele. O Messias era amado por diversas pessoas ao seu redor, por diversos judeus e judias. Contudo, houveram aqueles que se colocaram contra ele por causa da inveja do próprio coração deles. E mesmo tendo se colocado contra ele, pouco tempo depois, muitos passaram a crer na mensagem de Yeshua tal como o próprio apóstolo Paulo. Mas, outros permaneceram negando Yeshua até o fim e criaram armadilhas para tentar parar a pregação. De acordo com as palavras do próprio rabino Gamaliel, se a pregação dos apóstolos não fosse do agrado do ETERNO, com pouco tempo aquele grupo iriam se desfazer. Mas se aquele agir fosse do agrado do ETERNO, quem se colocasse contra eles estariam lutando contra a obra do divino, de modo que estariam lutando contra o próprio ETERNO (Atos 5: 34-39).
Sabemos que essa obra era realizada pelo agir do ETERNO, por isso que a mensagem chegou até nós até os dias de hoje. Assim sendo, todos aqueles que se colocaram contra essa pregação e nunca se arrependeram, estes foram achados como que batalhando contra o ETERNO. E é exatamente desse tipo de pessoa que Paulo está decretando juízo lá no livro de Tessalonicenses. Ele não estava jogando palavras de juízo condenatório à toda nação israelita, mas únicamente contra aqueles que batalhavam contra a obra do divino.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
21 - Paulo disse que, se procurasse agradar a homens, não agradaria a “Cristo” – Gálatas 1:10; depois, Paulo disse que estava agradando a todos os homens, para salvá-los – 1 Coríntios 10:33;22).
Resposta: No texto de Gálatas o apóstolo Paulo estava dizendo que nunca iria defender a mesma doutrina de engano dos falsos mestres para tentar agradar eles. Essa é a mensagem do apóstolo. Agora, uma coisa totalmente é ele ter se aproximado das outras pessoas para tirá-las do engano. Naturalmente, sabemos que alguém nunca vai dar ouvidos para uma pessoa que é rabugenta, antipática, antisocial, negativa, pessimista. Mas quando a pessoa é carismática e tem flexibilidade para saber falar com todas as pessoas, muitos vão querer se aproximar dele.
Para ganhar almas, o pregador deve se aproximar das pessoas e se tornar amigo dela. Ser amigo de alguém não significa necessariamente que você deve cometer os mesmos erros que a outra pessoa pratica, e sim dar uma mão amiga quando a outra pessoa precisar de forças para continuar a servir o ETERNO. Isso quer dizer que, ser amigo de alguém nesse contexto, é repreender a outra pessoa durante todas as vezes em que ela quiser praticar aquilo que é mau aos olhos do Altíssimo.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
22 - Paulo circuncidou a Timóteo, “por causa dos judeus” – Atos 16:3; mas Paulo disse que não fazia nada para agradar a homem e que a circuncisão nada valia – Gálatas 1:10; 6:15; mesmo sem valer nada, ele pregava a circuncisão – Gálatas 5:11;
Resposta: Anteriormente explicamos o significado da expressão "a circuncisão nada é", portanto, não faz sentido repetir esta mesma explicação novamente. Falaremos apenas sobre a razão de Timóteo ter sido circuncidado. Vejamos. Sabemos que Paulo disse que a circuncisão era proveitosa (Romanos 3:1-2), mas só teriam um verdadeiro valor se a pessoa fosse realmente sincera na prática dos mandamentos (Romanos 2:25). Sabemos que a circuncisão é facultativa para todos aqueles que não morassem dentro da terra de Israel, que não fossem convertidos formalmente à religião dos judeus, e também não era obrigatório para aquele que não corresse o sangue do patriarca Abraão em suas veias. Mas todos quantos tivessem o sangue de Abraão correndo em suas veias, a circuncisão para os mesmos era obrigatória.
O episódio no qual fala que Timóteo foi circuncidado, também comenta que ele era filho de mãe judia. Ou seja, o sangue do patriarca Abraão corria em suas veias, logo, sua circuncisão na carne era obrigatória. Se Paulo se recusasse a circundar aquele homem, certamente os judeus teriam um motivo verdadeiro para acusar o apóstolo Paulo e quem sabe condená-lo à pena de morte, pois ele seria acusado de asfastar as pessoas de perto da Torá mesmo sabendo as obrigações da mesma. Isso significa que Paulo nem teria como se defender já que a acusação seria legítima.
Todos entendemos que o apóstolo Paulo sempre costumava fazer as coisas da maneira correta para que pudesse ser "irrepreensível". E todos que andavam com ele também eram ensinados a andar de maneira irrepreensível. Ao circuncidar Timóteo ele fez o bem para eles dois, pois deu bom testemunho de si mesmo como um exímio conhecedor e praticante da Torá, bem como aumentou a boa reputação de Timóteo que seria bem visto pelos judeus, que não achariam nada nele em que pudesse ser repreendido.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
23 - Jesus disse que não veio abolir a Lei e os Profetas – Mateus 5:17-19; mas, seu fiel discípulo Paulo, mesmo confessando que cria em tudo que estivesse de acordo com a Lei e os Profetas (Atos 24:14), ensinou que Jesus aboliu a Lei (Efésios 2:15);
Resposta: A tradução desse texto de Efésios está errada, bastando fazer uma leitura deste mesmo verso diretamente do texto em aramaico para se entender que o Messias não aboliu a Torá, e sim destruiu as falsas doutrinas por meio de seus ensinamentos quando ensinou sobre a correta aplicação dos mandamentos da Torá. Eis a tradução correta:
“Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; derrubando a parede [tradições antibíblicas] que estava no meio. E em sua carne a inimizade, e a tradição de preceitos [tradições antibíblicas] em seus mandamentos foram abolidos, para em si mesmo poder fazer dos dois um novo homem, estabelecendo a paz.”
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
24 - Paulo escreveu que a fé não acaba com a obrigação de obedecer os preceitos da Lei (Romanos 3:31) e que ele mesmo tinha prazer na Lei de Deus (Romanos 7:22), mas assegura que a Lei induz a pessoa a pecar! – Romanos 7:5-10;
Resposta: a lei que conduz o homem a praticar o pecado não é a Torá, e sim o Yetzer Hará. Todos os judeus sabem que o Yetzer Hará é a inclinação da carne para o mal e é exatamente isso que Paulo chama de "lei do pecado". Ele mesmo descreve que a lei do pecado se faz presente nos membros do corpo daqueles que ainda não estão unidos ao Messias (Romanos 7: 23), e por isso a lei do pecado faz a pessoa ir contra os mandamentos da Torá (Romanos 8: 4-8). Mas quando a pessoa se une a Yeshua, nosso Messias, a pessoa é libertada da lei do pecado, e agora pode desfrutar de um verdadeiro relacionamento com o ETERNO (Romanos 8: 1-2). Para mais detalhes, clique AQUI.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
25 - O escritor Marcos disse que o Profeta Isaías profetizou sobre a vinda do mensageiro diante do Senhor (Marcos 1:2); que pena, o Marcos errou, pois quem disse isso foi outro Profeta, o Malaquias (3:1);
Resposta: A maioria dos acadêmicos já chegou à conclusão de que Marcos não citou o nome do profeta que anunciou a profecia, mas apenas disse que havia uma profecia sobre aquilo nos profetas. De fato, existem diversas versões bíblicas que não trazem o nome do profeta Isaías no texto, corroborando com o que acabamos de declarar. Até o texto em aramaico da Peshitta termina a frase usando apenas a expressão "profeta".
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
26 - O evangelista Mateus disse que o Profeta Jeremias profetizou sobre as 30 moedas de prata (Mateus 27:9); realmente uma pena, pois quem disse isso foi o Profeta Zacarias, em Zacarias 11:12;
Resposta: De acordo com o texto em aramaico (idioma falado pela maioria da população nos tempos apostólicos), o texto do livro de Mateus não usa o nome do profeta Jeremias, apenas diz que um determinado profeta lançou aquela profecia. Ainda que estivesse se tratando de Jeremias, se trataria de uma assertiva de um livro apócrifo de Jeremias, que foi citado pelo "pai" da Igreja São Jerônimo. Ele chegou a comentar que neste documento as palavras de Mateus estavam todas ali, palavra por palavra. Também diz que este documento estava nas mãos dos judeus nazarenos que foram seus contemporâneos. Eis as palavras dele:
“Recentemente li em certo livro hebraico que um hebreu da seita nazarena trouxe para mim, o apócrifo de Jeremias, no qual encontrei este texto escrito palavra por palavra.” (Jerônimo; Comentário sobre Mateus 27: 9).
Através destes dois pontos de vista, podemos aprender que Mateus não errou em seu ensino sobre a profecia messiânica.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
27 - Jesus disse que seus discípulos não terminariam de pregar nas cidades de Israel e nem morreriam antes de verem chegar o Filho do Homem no seu reino – mas parece que Jesus não sabia o que era o Reino de Deus, pois sua profecia não aconteceu: os seus discípulos morreram, sem que o Reino tivesse aparecido, pelo menos não o de D-us! – Mateus 10:23; 16:28; 24:14; Daniel 2:44.28).
Resposta: Estevão e muitos outros viram o filho do homem em seu reino, pois o reino dele é celestial. Um reino que vai descer dos céus no futuro (Apocalipse 3: 12), de modo que o Messias reinará na terra para sempre.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
28 - Paulo foi portador de uma carta dos apóstolos, na qual constava que era proibido os gentios comerem comida sacrificada a ídolos (Atos 25:22-29). Depois, desobedecendo a essa decisão, Paulo diz que os gentios poderiam comer coisas sacrificadas aos ídolos, pois os ídolos não valem nada. Nesse caso, apenas os gentios não deveriam indagar se a comida tinha sido sacrificada a ídolo, embora toda carne em Corinto fosse sacrificada aos deuses – 1 Coríntios 8:4, 7-10; 10:25-30;
Resposta: A conclusão desse questionamento é enganosa, pois no próprio contexto de Coríntios o apóstolo Paulo está ensinando que quem come carne sacrificada a ídolos é como se estivesse sendo participante da mesa de demônios. Não faria o menor sentido ele dizer que podia comer esse tipo de comida sendo que ele mesmo estava afirmando sobre o perigo de ficar distanciado do Messias ao realizar tal prática. Se nota que os questionamentos feitos pelos acusadores "são tendenciosos". Para uma melhor compreensão do contexto de 1ª Coríntios 10, clique AQUI
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
29 - Jesus foi crucificado no lugar chamado Gólgota, que seria uma montanha árida (Mateus 27:33; Lucas 23:33; João 19:17); mas João diz que no lugar havia um horto – João 19:41;
Resposta: A montanha árida era o lugar exato onde Yeshua foi pregado/ crucificado. E em se tratando de João, ele estava falando não do local exato que Yeshua estava pregado na cruz, mas falando de todo o lugar ao redor daquela montanha, o qual tinha um jardim e um sepulcro novo.
SUPOSTA CONTRADIÇÃO
30 - Mateus (27:32), Marcos (15:21) e Lucas (23:26) afirmam que Simão, de Cirene, levou a cruz para Jesus, em boa parte do percurso; mas João não viu nada disso, afirmando que Jesus, “ele mesmo”, levou a cruz até o lugar da crucificação – João 19:17;
Resposta: Os registros bíblicos ensinam que Yeshua levou o madeiro por boa parte do caminho, e depois Simão, o cireneu, o ajudou a levar o madeiro durante o restante do percurso. O apóstolo João não diz que Yeshua levou aquele objeto durante o percurso todo sem ter a ajuda de ninguém, apenas diz que ele saiu em direção ao Gólgota levando o madeiro. Ele não ensina que o Messias chegou até o Gólgota levando o objeto sozinho.
*** Chegamos ao fim da primeira parte deste estudo. Esperamos que você tenha sido iluminado!
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