As profecias dizem que as festas bíblicas seriam destruídas?

Por: Cleiton Gomes 



Extraído da obra: Ainda Há Esperança - O Chamado para Retornar, 2020, 1ª edição, páginas 419 a 421. Obs: O texto abaixo foi revisado e ampliado. 


Em pelo menos três episódios das Escrituras, vemos o ETERNO dizendo que não tinha prazer nas festas que eram realizadas pelo povo de Israel: 


"As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer" (Isaías 1: 14); 


"Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembleias solenes não me exalaram bom cheiro". (Amós 5: 21); 


"E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas festividades" (Oséias 2:11).


Basta fazer uma leitura atenciosamente no contexto dos textos acima citados, para se chegar ao entendimento de que Israel não estava praticando os memoriais festivos da maneira como foram instruídos pelo ETERNO, e ainda por cima estava tentando esconder seus próprios pecados. É por isso que lemos aquelas críticas da parte do ETERNO em direção aos israelitas. Ele não estava criticando as festas em si, mas sim a maneira que elas estavam sendo realizadas, que era uma maneira bastante bagunçada. Para ter absoluta certeza disso, façamos a leitura do seguinte texto do livro do profeta Isaías:


"Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as festas da lua nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene." (Isaías 1: 13).

 

O ETERNO não poderia criticar as festas em si como se elas tivessem sido criadas por homens corruptíveis, pois quem criou as festas foi ele mesmo e disse: "Essas são as minhas festas." Para falar a verdade, a expressão correta não seria "festas" e sim "moedim", que significa "reuniões ou encontros marcados". Isto porque estes memoriais festivos funcionam como encontros estabelecidos entre o Criador e suas criaturas, onde cada uma delas aponta para coisas que irão acontecer no final dos séculos. 


Importa registrar que seria contraditório pensar que o Messias viria para destruir os memoriais festivos descritos em Levítico 23, pois sua verdadeira função profética como Messias é trazer um conhecimento ainda mais aprofundado da Torá, mais elevado do que do ensinado nos tempos de Moisés. Sabemos que o Messias é um profeta semelhante a Moisés (Deuteronômio 18: 15), e também sabemos que um verdadeiro profeta não tem como objetivo destruir os mandamentos do ETERNO e sim ensinar o povo a como para de violar os mandamentos. Ou seja, o profeta se põe a favor da Torá, porém, se põe contra os transgressores, ensinando-os a como praticar a Torá corretamente. Assim sendo, se Yeshua era contra os mandamentos da Torá, então certamente ele está desqualificado para ser o Messias. 


E quanto ao contexto histórico descrito em Oséias 2: 11, onde diz que o ETERNO iria "fazer cessar as festas", isso não deve ser entendido como querem os inimigos da Torá, pois o ETERNO não estava dizendo que ele iria destruir literalmente as festas em si, nem dizendo que elas não poderiam ser festejadas por mais ninguém. Ele não estava dizendo que iria abolir as festas num futuro próximo, como se a morte do Messias na cruz do calvário fosse o destino final delas. Não e não, mil vezes não. 


Basta ler todo o conteúdo do livro de Oséias para perceber o grau de enfermidade espiritual que se encontrava "a casa de Israel", de  maneira que essa enfermidade espiritual deles, levou o ETERNO a permitir que os assírios invadissem o território deles e os levassem em cativeiro.  Foi assim que ele acabou com a festa, não permitindo que o povo tivesse liberdade em sua própria região para não mais viver banalizando as solenidades sagradas. Sim, é isso mesmo, com o exílio acontecendo, a casa de Israel (as 10 tribos do reino do norte) não teria a oportunidade de celebrar as festas do ETERNO, pois estariam ocupados em servir seus novos senhores (os assírios). É exatamente isso que você está pensando, essas palavras de Oséias foram ditas antes das pessoas serem levados cativas para a Assíria.


Vamos fazer um exemplo totalmente didático, para tentar dar mais luz ao que já dissemos. Vamos lá. Digamos que personagem X preparou uma festa proibida, uma festa ilegal. Quando a festa estava rolando, a polícia chegou no local e acabou com a festa deles, levando preso os culpados." Ainda nesse mesmo exemplo, sabemos que essa festa foi interrompida pelos policiais por se tratar de uma festa bagunçada e ilegal, porém, em outro lugar, existia outra festa sendo promovida pelo personagem Y, mas por se tratar de uma festa que estava agindo conforme os padrões exigidos na lei, a festa era celebrada livremente e sem interrupção; podiam celebrar o ano que quisessem."


Nesses dois casos aqui duas lições podem ser extraídas. A primeira é que uma festa que segue os parâmetros exigidos na lei nunca é vista como algo ilegal ou desagradável, portanto, nunca é interrompida por uma ação da lei. Mas quando a festa é feita de forma ilegal, burlando a lei, os transgressores serão levados presos e, na cadeia eles não tem como celebrar mais festa alguma, de modo que "a festa deles acabou". Leitor, agora você conseguiu entender melhor essa lição em questão sobre as festas bíblicas? 


E mais: O tempo se passou e os descendentes da casa de Israel ainda viviam como escravos. Os mais idosos morreram e outros nasceram, de modo que os antigos habitantes da Casa de Israel começaram a sumir. Os mais jovens decidiram que não iriam mais retornar para ser habitat natural (pois estavam acostumados com o estilo de vida pagão), e assim foi. Milhares de anos se passaram e essas Dez tribos ficaram espalhadas entre  as outras nações do mundo. Por exemplo, quando Yeshua começou o seu ministério como homem, mais de 600 anos já haviam se passado depois que as tribos ficaram espalhadas entre as nações. É por isso que ele falou sobre "as ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mateus 15: 24).


Na fala de Yeshua sobre as tribos perdidas encontramos algo importante, pois ele disse que "veio somente às ovelhas perdidas da casa de Israel". Ou seja, ele estava dizendo que foi profetizado que o Messias iria vir para por fim entre a inimizade das duas casas de Israel, fazendo com elas se tornassem amigos "para que fossem um" novamente. Uma profecia nesse sentido, se encontra em Ezequiel 37: 16-24, que fala que o Messias é o agente da restauração. No texto citado é dito que o Messias vai ensinar todos eles a deixar o estilo de vida pagão, que significa deixar de violar os mandamentos da Torá. Isso significa que o Messias tem a missão de pregar a Torá para todos eles, para que retornem às veredas antigas. E detalha,  "veredas antigas" é uma forma de se referir à Torá (Jeremias 6: 16,19). Repetindo: O Messias tem como função chamar os descendentes das 10 tribos para fazer Teshuvá, para aprender a praticar a Torá adequadamente e tenham um verdadeiro relacionamento com o ETERNO.


Assim sendo, estão errados os que pensam que Yeshua veio para destruir as festas bíblicas. Esses que disseminam esta falsa ideia estão a deturpar os ensinamentos bíblicos. Queridos, abram os seus olhos para enxergar a verdade. 



Seja iluminado!!! 





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