Yeshua é o Senhor do Sábado. O que isso significa?

Extraído da obra: Ainda Há Esperança Esperança - O Chamado para Retornar, 2020, páginas 193 a 196

Façamos a leitura do texto:


“E [Yeshua] disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado (Marcos 2: 27).


Ao pronunciar estas palavras o Messias estava confrontando as ideias equivocadas disseminadas por algumas pessoas. A frase “o sábado foi feito por causa do homem" nos remete ao início da criação do mundo. No princípio do mundo, quando Adão e Eva ainda não tinham cometido nenhum pecado, o sábado que eles desfrutavam era um sábado em plenitude, porque todos os dias ali dentro eram sábado. Quando o homem e a mulher cometeram pecado, a plenitude do sábado lhe foi retirada. 


Em outras palavras, o sábado seria como um grande Mar e os seres humanos podiam desfrutar de toda a água ali dentro. Mas após o pecado, eles passaram a ter acesso somente a minúsculas porções. Isso quer dizer que atualmente o ser humano pode desfrutar apenas de pequenas porções do sábado, mas a plenitude será dada novamente para todos aqueles que permanecerem agradando ao ETERNO aqui neste mundo. Hoje, quando o homem guarda o sábado é como se ele estivesse convidando a presença do ETERNO, para que Ele o coloque novamente no sábado em plenitude. E de fato, o descanso pleno estará presente no mundo vindouro (Hebreus 4: 1-5).


O dia de sábado é para que o homem possa desfrutar de uma conexão sobrenatural com o ETERNO. Ele não é para ser um peso para o homem, aliás, nunca foi. Porém algumas pessoas estavam dizendo que fazer o bem neste dia seria o equivalente a transgredir o mandamento do sábado. Eles estavam enganados quanto a isso. Muitas regras foram criadas por rabinos com a intenção de proteger o mandamento do sábado, não obstante, acabaram criando regras antibíblicas que se tornaram um peso para aquele maravilhoso dia. Acredita-se que as pessoas estavam começando a se ver dentro de um campo minado, onde qualquer pequeno vacilo poderia resultar em uma falta gravíssima contra a Torá. E talvez, por pensarem assim, estavam desejando que o dia de sábado passasse ainda mais rápido que os outros dias da semana juntos. 


Eis dois exemplos de acréscimos rabínicos antibíblicos: (i) O escriba estava proibido de carregar uma pena entre as orelhas durante o dia de sábado; (ii) Se um piolho estivesse grudado em suas roupas, o piolho não poderia ser retirado dali (veja: Mishnah Shabat 1: 3).


Além destas duas regras rabínicas citadas, existem outras dezenas de acréscimos antibíblicos acrescentados à Torá apenas em torno do mandamento do sábado, que se tornaram insuportáveis fardos a serem suportados durante este dia. Os acréscimos rabínicos roubavam a verdadeira identidade do mandamento do sábado, e as pessoas pouco a pouco estavam esquecendo que este dia foi dado ao ser humano para que pudesse desfrutar de um dia de alegria com sua família (dentro dos padrões exigidos pela Torá) e com o ETERNO. E mais, a declaração do Messias sobre o mandamento do sábado foi reproduzida por outros estudiosos. Eis o que está registrado no Talmud: 


"O Rabino Yonatan Ben Yosef disse…. [o sábado] é sagrado para você” (Êxodo 31: 14). Isso implica que o sábado é entregue em suas mãos, e você não é obrigado a morrer por conta do sábado.”


As pessoas que costumavam colocar regras extras e insuportáveis eram os rabinos da escola farisaica Shamaíta. Foram eles que, muitas vezes, proibiam fazer o bem no dia de sábado. Mas, contrariando as interpretações shamaítas, os rabinos da escola farisaica hileíta reputavam lícitas as seguintes atividades


1) Salvar vidas,

2) aliviar dores agudas, 

3) cozinhar para doentes, 

4) curar picadas de cobras; tudo isso era permitido realizar no dia de sábado. Porém, os fariseus da escola shamaíta acreditavam que estas coisas eram reputadas ilícitas (Shabat 18: 3; Tosefta Shabat 15: 14; Tosefta Yoma 84: 15). 


Assim, quando Yeshua trava uma discussão sobre a forma correta de guardar o sábado, Ele tende a se voltar contra o pensamento radical dos shamaítas e entra em concordância com o pensamento dos hileítas. Isso nos informa que o debate realizado por Yeshua possui verniz totalmente judaico, pois Ele o fez da forma típica rabínica, chegando à conclusões que se mostraram consistentes e convincentes para seu público, os quais ficaram sem respostas para rebater. Isso porque contra fatos não há argumentos.


Portanto, existindo o dever de fazer o bem ao próximo no dia de sábado, a atividade que for realizada para salvar uma vida deve ser reputada lícita, pois é incorreto pensar que devemos deixar outra pessoa morrer diante dos nossos olhos sem que movamos um dedo do lugar, com a falsa presunção de que isto seria transgredir o mandamento do ETERNO. Queridos, nunca usem o seguinte pretexto: "não posso ajudá-lo a se salvar ou curar suas feridas porque hoje é sábado”. Quem se recusa a fazer o bem tendo a oportunidade de fazê-lo, este sim cometeu pecado. 


À luz desse entendimento fica simples compreender que Yeshua não estava contrariando o mandamento do sábado, e sim mostrando a verdadeira essência dele. E muitos estavam esquecendo devido aos acréscimos rabínicos que estavam sabotando a identidade do mandamento do ETERNO.


Seja iluminado!!! 






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