Por: Cleiton Gomes
Nesse estudo irei explicar como devemos entender a questão das "manifestações do ETERNO". A Palavra manifestar tem o sentido de dizer que o ETERNO se revela a alguém, que ele se torna evidente para alguém.
Para muitas pessoas o ETERNO não pode assumir uma forma física, porque isso seria como alterar a sua imutabilidade. Não obstante, esse pensamento é absurdo, pois a Escritura ensina que o ETERNO se manifestou na figura de um anjo para Abraão e para Manoá (Gênesis 18; Juízes 13: 12-23), ensina que ele se manifestou como uma tocha de fogo (Êxodo 3: 2), ensina que ele se manifestou como homem (João 1:1, 14), ensina que ele se manifestou na forma de um indefeso pombinho (Mateus 3: 16-17), ensina que ele se manifestou como um redemoinho (Jó 38: 1) e também como uma coluna de nuvem e numa coloca de fogo para guiar o povo de Israel (Êxodo 13: 21).
Portanto, quando a Escritura fala de sua imutabilidade, não quer dizer se ele pode ou não pode se manifestar de outras maneiras. Na verdade, tem a ver com o seu caráter e a sua moral. O seu caráter e a sua moral é que é imutável (que não pode mudar), e ele não muda independente das mudanças que possam ocorrer no espaço-tempo, independente de qualquer circunstância. Por isso ele é o mesmo ontem, hoje, e eternamente.
Agora, vamos partir para o tema em questão. Sabemos que o ETERNO pode se manifestar de muitas maneiras, mas, as manifestações são sempre singulares ou são plurais?
Quando falo de manifestação singular, refiro-me ao sentido de dizer que o ETERNO não pode se manifestar de duas ou mais formas ao mesmo tempo. É como se ele só pudesse assumir uma única forma por vez, de maneira que se ele estiver manifestado na figura de um anjo e querer se manifestar na figura de uma tocha de fogo, primeiro deverá deixar a forma de anjo para depois poder assumir a forma de tocha de fogo.
E quando falo de manifestação plural, quero dizer que ele pode se manifestar de muitas maneiras ao mesmo tempo, de modo que ele pode se apresentar tanto como anjo e como tocha de fogo ao mesmo tempo. Nesse caso, ele não precisa deixar sua forma anterior para poder assumir outra forma. Ele simplesmente pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo. De fato, a Escritura mostra que ele se manifestou de três formas diferentes ao mesmo tempo, fato que ocorreu durante o ato de imersão que era realizado por João, o batista. Ali vemos uma indicação explícita de que ele (o ETERNO) estava em sua forma original, que é em Espírito. Também vemos ele manifestado na figura de homem nas águas, e também como uma pomba. Isso nada mais é do que uma manifestação plural, coisa que é bastante simples ao ETERNO já que ele é Onipresente.
Qualquer tentativa de dizer que o ETERNO só se manifesta de forma singular é uma indicação de que a pessoa não busca tentar compreender o atributo da divindade suprema, que é a Onipresença. A Onipresença significa dizer que o ETERNO pode estar em qualquer lugar que quiser ao mesmo tempo. Ele pode preencher os céus e a terra ao mesmo tempo (Jeremias 23: 24). Então, por que seria errado dizer que ele se manifesta de formas plurais pelo seu poder de Onipresença?
Agora a questão que surge, é: O fato de ele se manifestar de formas plurais é uma indicação de que ele é composto de três pessoas divinas (a trindade)?
A resposta é um sonoro não. O pensamento trinitariano é uma tentativa infrutífera de tentar explicar a Onipresença do ETERNO. Pelo fato de o ETERNO pode se manifestar em três figuras ao mesmo tempo, eles viram nisso uma indicação de que se trata de três pessoas separadas que compõem a divindade, o que é um crasso erro de interpretação. É muito comum eles dizerem: “Ora, se o Pai fala, pensa, e tem sentimentos, então ele é uma pessoa. Da mesma maneira, se o Filho fala, pensa e tem sentimentos, então ele é outra pessoa. O mesmo acontece com o Espírito Santo, indicando que é outra pessoa.”
Agora, vejamos a falha deste raciocínio. Digamos que o ETERNO se manifestou em 10 mil lugares diferentes do mundo ao mesmo tempo, começou a dialogar sobre 10 mil assuntos diferentes com 10 mil seres humanos, tudo ao mesmo tempo.
Sabemos, neste caso, que cada uma das 10 mil formas que o ETERNO assumiu, cada uma delas pode pensar, falar, ter sentimentos. Isso é fácil de entender, já que ele está dialogando com 10 mil pessoas ao mesmo tempo.
Outra pergunta importante a se fazer, é: o fato de o ETERNO se apresentar em 10 mil lugares ao mesmo tempo e falar 10 mil assuntos ao mesmo tempo, significa dizer que ele passou a ser 10 mil pessoas distintas na divindade? Agora ele passou a ser 10 mil pessoas divinas? Ora, sabemos aqui que cada uma das manifestações pode falar, ouvir, pensar, e ter sentimentos. Isso seria então a indicação de que ele (o ETERNO) é uma sociedade de pessoas distintas?
Se usarmos o mesmo raciocínio trinitariano para tentar encontrar pessoas distintas na divindade, então sim, teríamos 10 mil pessoas na divindade, já que cada uma das 10 mil manifestações pode falar, ouvir, tocar, pensar, ter sentimentos. Desse modo, a expressão "Elohim" ou "Deus" deveria ser usada apenas para identificar “uma sociedade de pessoas distintas na divindade”. Tal ideia é uma ofensa à Escritura Sagrada, pois a santa escritura chama isso de politeísmo, e quem acredita no politeísmo é uma pessoa idólatra. Sabemos que a Escritura lança um juízo condenatório para aqueles que são idólatras.
Para encerrar nosso raciocínio, o fato de o ETERNO pode se apresentar em diversos lugares ao mesmo tempo não faz dele uma sociedade de pessoas distintas. Ele é apenas UM, somente UM único ser pessoal, apenas UMA PESSOA. Ele é apenas UM, mas pode se manifestar de formas plurais.
Os trinitarianos sempre debocham de quem acredita que o ETERNO é uma pessoa só, dizendo: “Se Yeshua é o ETERNO e ele estava na terra, quem ficou no céu? Se ele é só uma pessoa, e essa pessoa estava na terra, quem estava no céu?” Essa pergunta só faria sentido se acreditássemos que o ETERNO só se manifesta de forma singular, pois, se ele se manifestasse somente de forma singular, então ele não poderia estar no céu e na terra ao mesmo tempo. Entretanto, essa pergunta não faz sentido algum para aqueles que acreditam que o ETERNO pode se manifestar de formas plurais, pois, quem acredita que o ETERNO pode se manifestar de formas plurais, entende facilmente que o ETERNO pode estar tanto na terra como no céu, ao mesmo tempo.
Eles ainda podem perguntar: Se o Pai e o Filho são a mesma pessoa, então quando o Pai fala com o Filho ele está tendo um ataque de esquizofrenia e bipolaridade?
O trinitário que fizer esta pergunta, estará dando um tiro no próprio pé, bem como vai começar a alegar que não acredita em apenas UM Elohim, e sim em três deuses numericamente separados. Ora, se o Pai é o próprio Elohim e o Filho é a manifestação do próprio Elohim, e se ambos são o mesmo Elohim, logo, quando o Pai fala com o Filho significa que Elohim está falando com ele mesmo. É Elohim falando consigo mesmo. No momento em que começarem a dizer que Elohim não estava falando consigo mesmo, estarão dizendo que ele não é UM, passando a defender o triteísmo, isto é, a crença em três deuses numericamente separados.
Ora, acreditamos que o Pai é Elohim, que o Filho é a manifestação deste mesmo Elohim, e que o Espírito Santo também é uma manifestação do mesmo Elohim. Já que ambos são o mesmo Elohim, então as falas de um para com o outro não podem ser entendidas como uma conversa/diálogo, e sim como um monólogo. Ou seja, é ele falando consigo mesmo por meio de seu poder de Onipresença; é ele falando com a sua própria sabedoria. Ora, a Escritura indica que ele toma conselho com a sua própria vontade (Efésios 1: 11).
O monólogo não deve ser entendido como se a pessoa estivesse louca, que sofresse de demência ou esquizofrenia. Ora, quando algum pregador sobe num púlpito para pregar, durante toda a sua pregação ele estará falando sozinho. Toda sua fala é um monólogo já que ele não estará dialogando com ninguém. O diálogo é uma troca de informações, é quando duas ou mais pessoas se reúnem para trocar conhecimento um com o outro. É quando o personagem x não sabe o que o personagem y tem a lhe dizer, vice-versa.
Agora sim, afirmar que é possível existir um diálogo entre três pessoas divinas que contém em si mesmo o poder de Onisciência, é criar uma conversa totalmente monótona. Isto é um diálogo repetitivo, chato e muito curto. Vamos imaginar:
— O Filho diz: Pai, quero te contar um segredo. É sobre uma coisa que eu descobri agora a pouco. Você quer saber o que é?
— O Pai diz: Filho, eu já sei do segredo que você tem a me contar. Também já sabia que você iria vir até mim e me perguntar se eu queria saber.
— O Filho diz: Pai, eu também já sabia que você sabia o segredo que eu tinha para lhe contar. Eu também já sabia que você sabia que eu iria vir até você para lhe contar o segredo, bem como já sabia as palavras que você tinha para me dizer.
— O Pai diz: Pois é, assim como você já sabia o que eu tinha a lhe dizer, eu também já sabia o que você tinha a me dizer.
— De repente, o Espírito Santo, lá de longe, fala: Eu também já sabia de tudo que vocês já sabiam, e já sei que vocês sabem que eu sabia.
— Fim —
Vede então que não é possível estabelecer um diálogo entre alguém que já sabe de todas as coisas, que sabe das coisas antes mesmo que eles venham a acontecer (Romanos 4: 17). Afinal, trinitários, acaso vocês não acreditam que todas as pessoas da divindade não possuem o atributo de Onisciência? O filho sabe de coisas que o Pai não sabe? Se ambos já sabem de todas as coisas, como poderão estabelecer um diálogo já que o diálogo é uma troca de informações/ conhecimento/ ideias? Se eles vierem a estabelecer um diálogo, isso só pode significar uma coisa: eles não são o mesmo Elohim.
Espero que esse estudo possa ter ajudado você a compreender melhor a questão das manifestações do ETERNO.
Continua...
Seja iluminado!!!
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