O vinho novo em odres velhos

 


Por: Cleiton Gomes 


Façamos a leitura do texto a ser examinado:


"... nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam." (Mateus 9:17). 


Admita, você já leu essas palavras de Yeshua e não entendeu absolutamente nada. Porém, os escribas e os fariseus que o ouviam, entenderam com perfeição. Basta fazer uma leitura atenta desse episódio para perceber que o vinho é símbolo dos ensinamentos da Torá transmitidos por Yeshua. O odre velho seriam as pessoas (escribas e fariseus) que já haviam estudando a Torá buscando um aperfeiçoamento, e nesse processo acabaram criando ideias pré-concebidas em suas mentes e não estariam totalmente dispostas a remover essas ideias a fim de dar lugar para uma melhor compreensão das Escrituras (o vinho novo). Quando recebessem os ensinamentos de Yeshua, muitas das vezes buscavam meios para tentar contrariá-lo e assim o ensinamento de Yeshua não iria ficar guardado em seus corações. Por isso foi dito que o vinho novo não iria ficar guardado no odre velho e acabaria se estragando


Já o odre novo eram os publicanos e outras pessoas que eram consideradas "pecadoras" por muitos daquela elite religiosa naquele tempo. Essas pessoas ("os pecadores"), pelo fato de serem desprezadas por muitos, eram como que leigas para muitas questões das Escrituras e estavam sempre abertas para o aprendizado dela através de Yeshua. Os ensinamentos recebidos ficariam guardados nos corações deles, por isso é dito que o odre novo não rompe quando o vinho novo é colocado nele:


"Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente são conservados". (Lucas 5:38). 


Mas, como podemos saber que os odres velhos são os escribas e fariseus e os odres novos eram os publicanos e pecadores? É simples, basta fazer a leitura do próprio contexto para ver que estes são os personagens principais daquele cenário:


"Os fariseus e seus escribas murmuravam contra os discípulos de Yeshua, perguntando: Por que comeis e bebeis com os publicanos e pecadores?" (Lucas 5:30). 


De forma muito equivocada, muitos teólogos cristãos interpretaram esse texto como querendo significar que o povo de Israel seria substituído, bem como suas leis também deveriam ser abolidas. Dizem que o Messias veio dar um término definitivo à Torá, por isso o texto fala sobre "o vinho novo". Não obstante, essa teoria é refutada por Paulo, que disse que o ETERNO não rejeitou Israel (Romanos 11: 1-3), também refutado pelo próprio Yeshua, que  que o vinho velho é melhor (Lucas 5: 39). E o que isso significa? 


Já que o vinho novo são os ensinamentos expressados pela boca de Yeshua, então o vinho velho significa que Yeshua não veio para ensinar outros mandamentos diferentes ou opostos à Torá. Portanto, ele ensinou a mesma Torá que foi ensinada pelos antigos sábios desde os tempos de Moisés. Ademais, o Messias falou que não veio para criar uma outra doutrina antagônica à Torá:


"Respondeu-lhes Yeshua: A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quiser fazer a vontade de Elohim, há de saber se a doutrina é dele, ou se eu falo por mim mesmo." (João 7:16-17)


De fato, Yeshua ensinou que não veio para destruir a Torá e sim para ensiná-la de uma forma ainda mais elevada (do grego: pleroo), bem como disse que é mais fácil os céus e a terra serem destruídos do que a menor letra da Torá ser abolida (Mateus 5: 17; Lucas 16: 17). Repare que Yeshua ensinou que não criou uma outra doutrina antagônica àquela que já havia sido dada aos antepassados, pelo contrário, ele veio reforçar ela. E qual é a doutrina que foi ensinada pelo Pai?


Todos que estudam as sagradas escrituras sabem que as instruções do ETERNO são a própria Torá. A palavra "Torá" significa "instrução", "doutrina" e "ensinamento", e foi ela que foi dada para ensinar o povo:


"Depois disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim ao monte, e espera ali; e dar-te-ei tábuas de pedra, e a Torá, e os mandamentos que tenho escrito, para lhos ensinares." (Êxodo 24:12). 


Quem escreveu os mandamentos nas tábuas de pedra foi o próprio ETERNO, de maneira que a Torá é uma escritura sagrada:


"E virou-se Moisés, e desceu do monte com as duas tábuas do testemunho na mão, tábuas escritas de ambos os lados; de um e de outro lado estavam escritas. E aquelas tábuas eram obra de Elohim; também a escritura era a mesma escritura de Elohim, esculpida nas tábuas." (Êxodo 32:15-16). 


Portanto, a Torá é a própria Escritura Sagrada!!! Assim sendo, todos aqueles que tratam a Torá como uma lei maldita e uma inscrição de perdição, estão por blasfemar dos ensinamentos escritos pelas "mãos" do próprio Todo-Poderoso. Não caia nesse mesmo erro, se permita aprender a Torá novamente e passar a ver as maravilhas dela. Aprenda a aprender. Não seja um odre velho. 



Seja iluminado!!! 









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